sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Testemunho do Ahuí em Nampula


      Foi no passado dia 2 de Fevereiro de 2010 que recebemos noticias do nosso grande amigo Ahui.
      Ele está numa missão em Nampula desde Novembro de 2009 e apenas agora conseguiu mandar-nos um mail com novidades.
      Assim, deixamos aqui o mail que nos deixou a todos contentes pelo nosso amigo Ahui.

Caros amigos,

      Há quase dois meses que estou em Moçambique. Os dias em Portugal foram um verdadeiro momento de graça na minha vida. A língua portuguesa abriu-me um mundo que não teria imaginado e sobretudo permitiu-me conhecer e comunicar-me com pessoas tão especiais como vocês. Aqui em Moçambique tudo é diferente. Um povo muito vivo e alegre, cheio de esperanças que não sempre podem alcançar, um pais com muitas potencialidades, mas cheio de pobreza.
      A Igreja aqui é minoritária, só 30 % da povoação é católica; mesmo assim é uma Igreja viva baseada nas pequenas comunidades e nos ministérios. Cada comunidade tem um ancião que tem a tarefa de guiar e presidir a sua comunidade já que o Padre não consegue celebrar missa em todas as comunidades. Algumas paróquias aqui  têm mais de 100 comunidades e só tem um padre. Nesta parte de Moçambique também há muitas vocações e este ano o seminário diocesano não aceitou todos os candidatos por falta de espaço. Eu estive a viver no Paço Episcopal por quase um mês e depois fui morar, junto com um padre, na nossa casa que ainda não esta terminada. Os primeiros dias foram muito chatos, cheios de mosquitos e com um calor insuportável. Quando chegamos na nossa casa só tínhamos as camas, mas devagar estamos criando as condições necessárias para poder viver com um pouco de decoro.
      Os meus irmãos confiaram-me a economia da nossa residência e por causa disso tenho de lutar com a burocracia moçambicana e também
providênciar tudo o que for preciso para a casa. Graças a Deus estou a me habituar ao clima e também à realidade tão diferente que aqui vivemos. As vezes sentimos a vulnerabilidade do estrangeiro porque ainda não conhecemos bem a realidade e as vezes somos em um certo modo discriminados, por exemplo, no mercado como somos estrangeiros aumentam os preços das coisas e tentam nos vender coisas de baixa qualidade por um preço caro. Não obstante temos alguns amigos que estão a nos ajudar e a quem podemos perguntar onde é melhor ir comprar, etc. Peço-vos desculpa se não escrevo frequentemente, mas nos não temos internet em casa e não sempre é fácil ir à cidade onde alem de o internet ser lentíssimo (uma vez em meia ora só consegui ler 3 mensagens) as vezes não há electricidade. Mas estão presentes nas minhas orações e também no meu coração.

Um abraço.

Ahuizotl, CS

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